Para curiosidade de alguns, segue abaixo alguns dos projetos que concorreram com o de Lucio Costa. Veja como Brasília poderia ser totalmente diferente:
Participaram do concurso do Plano Piloto 41 projetos apresentados por 26 concorrentes. Foram classificados os seguintes:
1º lugar - Projeto nº 22, de Lucio Costa (veja o Plano-Piloto como apresentado por Lucio Costa neste site)
2º lugar - Projeto nº 2, de Boruch Milman, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves
3º lugar - Projetos nº 17 e 8 (o 3º e o 4º prêmio foram reunidos)
5º lugar - Projetos nº 1, 24 e 26.
Projeto nº2 (classificado em 2º lugar)
Autores: Boruch Milman, João Henrique Rocha e Ney Fontes Gonçalves.
Previa uma cidade governamental com desenvolvimento controlado (máximo de 768.000 hab.) e satélites urbanos cujo crescimento seria de flexibilidade ilimitada. Foi suposto que em 2050 a cidade teria 673.000 habitantes.
Veja imagens maiores do projeto: figura 1 - figura 2
Projeto nº17 (classificado em 3º lugar)
Autores: Rino Levi, Roberto Cerqueira Cesar e L.R. Carvalho Franco.
Não previa satélites. A população máxima prevista era a mesma do edital do concurso (500.000 hab.).
Edifícios residenciais gigantescos, com 16.000 residentes cada com. Seis setores de 3 superblocos, com uma população total, apenas nestes 18 edifícios, de 288.000 pessoas.
Cada bloco teria centenas de metros de altura, e utilizaria 60.000 toneladas de aço! Veja um dos superblocos em maior detalhe.
Uma cidade para se andar a pé! Como a maioria da população seria concentrada num raio de pouco mais de 1 km, previa-se que o acesso dos residentes dos superblocos à maioria dos edifícios públicos seria feita a pé. "O uso da marcha a pé em maior escala que nas outras cidades traria uma multiplicação dos contatos entre a população, unindo o indivíduo à sua comunidade."
Veja outras imagens deste projeto: imagem 1 - imagem 2 - imagem 3
Projeto nº8 (classificado também em 3º lugar)
Autores: arquitetos M. M. M. Roberto.
Sete unidades urbanas com 72.000 pessoas cada uma, podendo se expandir para 10 ou 14 unidades. Cada unidade teria o formato de um círculo com 2.400 metros de diâmetro, e seria como "uma cidade completa".
Também aqui se andaria a pé! À semelhança do Projeto nº 17, previa-se que os habitantes se locomoveriam quase sempre a pé, pois morariam próximo ao local de trabalho. Achou-se que haveria pouca necessidade de veículos particulares ou coletivos.
A população ideal seria de 630.000 habitantes, e a máxima de 1.260.000. Os 630.000 habitantes seriam assim distribuídos: 504.000 na "área da capital", 104.000 em "distritos rurais" em 22.000 em "estabelecimentos isolados".
Além das unidades urbanas circulares, haveria um "Parque Federal" (veja imagem).
Veja outas imagens deste projeto: figura 1 - figura 2 - figura 3
Imagens de alguns outros projetos:
Projeto nº 5 (não classificado) Projeto nº 9 (não classificado)
Projeto nº 20 (não classificado)
Projeto nº 24 (um dos 3 que foram classificados em 5º lugar)
Projeto nº 26 (também classificado em 5º lugar)
Notas:
O projeto de Lucio Costa sofreu modificações importantes depois de sua apresentação em 1957 (veja aqui o desenho original do Plano-Piloto de Lúcio Costa). Se fosse outro o projeto escolhido, talvez também houvesse alterações importações antes de se iniciar a construção.
Em uma das nossas fontes, a publicação "Brasília Trilha Aberta", apresenta-se incorretamente a imagem do projeto nº 2 como sendo a do projeto nº 26, e vice-versa.
Um dos arquitetos do projeto nº 2 é grafado como "Baruch Milman" em uma fonte, e como "Boruch Milmann" em outra. A grafia correta, conforme o próprio arquiteto nos informou, é Boruch Milman.
Fontes:
http://brasiliabsb.com/projetos.htm
http://www.arpdf.df.gov.br/
Revista Brasília, publicação da Novacap, 1957.
A História de Brasília, de Ernesto Silva, 1997.
Brasília Trilha Aberta, publicação comemorativa do GDF, 1986.
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