Resenha

POSTADO POR HERANÇA CANDANGA ON DOMINGO, 22 DE NOVEMBRO DE 2009 

Brasília foi o sonho que se concretizou pelas mãos de milhares de homens e mulheres que vieram de todas as partes do país, principalmente do Nordeste. O sonho realizou-se por uma constelação de outros sonhos: começando por Dom Bosco, chegando até a Constituição Federal, que previa a construção de uma nova capital interiorana e inovadora, no entanto, a teoria só passou a prática por Juscelino Kubitschek.
Brasília tinha a finalidade de se tornar um símbolo de modernidade e dar início a uma Nova Era.

A cidade foi planejada para sustentar 500 mil habitantes, a arquitetura diferenciada visava espaços amplos, arborizados, com edifícios baixos, o plano de circulação de automóveis levava em conta o elemento dinâmico, as pistas seriam rápidas e sem semáforos. Mas a utopia brasiliense mostrou-se bem distante dessa realidade: o contingente populacional necessário para trabalhar nas obras não foi levado em conta durante o planejamento de acomodações, as pessoas foram aglomeradas e encaminhadas para lugares insalubres sem a menor condição de abrigar um ser humano, isso gerou as primeiras favelas e atuais Regiões Administrativas, “Cidades Satélites”, que ainda enfrentam a invasão de novos migrantes; o Plano Piloto conserva seus traços originais, todavia, o que está ao seu redor se encontra à margem da lei, fora do plano diretor de ocupação territorial (pdot); a conseqüência foi obvia, a Capital ganhou semáforos para controlar o grande fluxo de veículos que ultrapassa um milhão, existe em média um carro para cada dois habitantes, nas Regiões Administrativas o problema é mais grave, sua malha rodoviária interna fica congestionada em horário de pico e as pistas que ligam essas regiões ao Centro do Poder enfrentam engarrafamentos que só tendem a crescer cada vez mais; apesar de todos esses problemas a estrutura de saneamento básico instituída no Distrito Federal está acima da média nacional, porém, nem toda população tem acesso a esse serviço, mas a meta é garantir esse direito a todos.

Segundo Aldo Paviani, geógrafo, pesquisador associado do Núcleo de Estudos Urbanos e Regionais e do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (Unb) “Brasília, é um polinucleamento urbano ou uma constelação de núcleos habitacionais que conduziu à periferização de enorme contingente populacional”, ou seja, Brasília é o centro irradiante de poder-econômico-social, assim, todos os outros núcleos estão voltados para ela, sua importância vai permear a vida de todos esses indivíduos, pois desde o surgimento das cidades que habitam até os seus empregos são fornecidos por Brasília.

Para mudar essa triste realidade e aperfeiçoar o Distrito Federal é necessário começar a mudança pela base, por Brasília, ela precisa voltar ao seu estado inicial, ser sonho público para todos, mesmo para aqueles que não estão dentro de suas linhas divisórias, o governo precisa ser para nós o que JK foi para construção de Brasília, é seu dever concretizar as modificações necessárias ao progresso.

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